Carta pastoral ao Clero | Orientações sobre a missão e a vivência sacerdotal

 
DOM MIGUEL WANDERMUREM
TITULI DI NOVI
POR MERCÊ DE DEUS E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA
VIGÁRIO-GERAL DE APARECIDA
BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE DE APARECIDA
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CARTA PASTORAL AO CLERO ARQUIDIOCESANO DE APARECIDA

A todos os que lerem estas letras, saudações e bênçãos no Senhor.

Desde o momento da ordenação, o presbítero é incardinado em sua Arquidiocese, comunidade e regiões, assumindo uma missão confiada pela sucessão Apostólica. Ele visa auxiliar no pastoreio do rebanho de Cristo e propagar o reconfortante ensinamento de Cristo. Este ensinamento é um tesouro da nossa fé, uma luz que guia os fiéis em sua jornada espiritual. Portanto, é essencial que estejamos sempre dispostos a nos espelhar na glória da igreja, refletindo seus ensinamentos em todas as circunstâncias. Neste areópago digital, temos uma nova ferramenta para elevar nossa missão de forma concretizada. Este espaço virtual nos permite alcançar pessoas além das fronteiras físicas, compartilhando a mensagem de Cristo com um público mais amplo. Aqui, neste ambiente digital, podemos reforçar o verdadeiro objetivo do sacerdócio na Igreja. Independente da realidade em que vivemos, esta missão se torna uma obrigatoriedade. Somos chamados a seguir os passos de Cristo e a espalhar seu amor e ensinamentos ao mundo. Assim como temos o sacerdócio em nossas mãos, como uma ferramenta poderosa, também temos a responsabilidade de usá-lo da forma mais correta possível. Devemos construir e propagar a mensagem de Cristo com zelo e autenticidade.

A vivência sacerdotal não é apenas uma jornada individual de fé e serviço, mas também uma participação ativa em uma comunidade presbiteral. Neste aspecto, o sacerdote encontra apoio, orientação e fraternidade entre seus irmãos sacerdotes, formando uma comunhão que fortalece sua vida espiritual e ministerial. A fraternidade sacerdotal é uma parte fundamental dessa vida comunitária. Ela vai além de simplesmente compartilhar espaços físicos, envolvendo-se em uma partilha espiritual profunda. Os sacerdotes podem encontrar encorajamento, conselho e apoio uns nos outros, especialmente em momentos de desafio ou dificuldade. A oração comunitária também desempenha um papel vital na vida sacerdotal. Os sacerdotes se reúnem para rezar a Liturgia das Horas juntos, unindo suas vozes e corações em louvor a Deus e intercessão pela Igreja e pelo mundo. Essa oração comum fortalece a comunhão entre eles e os conecta à oração da Igreja universal.

Ultimamente em nossa Igreja particular, notamos uma grande ausência dos clérigos no geral perante a falta de concelebração e na celebração por parte de alguns membros da Arquidiocese. A missão confiada ao clérigo abrange todo esse envolvimento com que suscita a presença clerical na igreja, sendo assim, a verdadeira missão confiada acabou sendo perdida, muitos carregaram e ainda trazem somente o nome sacerdotal em seu físico, e deixou-se a perder o verdadeiro jugo e peso carregados e suportados pelos sacerdotes Auxiliares da Ordem dos Apóstolos que de igual modo deixou-se de auxiliá-los.

Precisa-se de uma doação fixa a este julgo Presbiteral para que não acabe corrompendo toda a Missão em desânimo propostos por nós mesmos pelo fato de não se adentrar a uma companhia e comunhão entre os próprios companheiros de sacerdócio e seus irmãos. Necessitamos que todos movimentem de alguma forma e busque participação nos atos litúrgicos e de forma clara, tenhamos um bom proveito de momentos com nossos irmãos, fazendo com que esta forma antissocial de relacionar com a igreja tome conta por vez de nossas ações, pois a melhor forma de conhecer um ambiente é adentrando nele e pedimos que cada presbítero diácono e leigo busque mais vezes irem em torno do altar. 
Por isso, em vista das necessidades presentes em nossa realidade enquanto igreja particular, promulgamos que:
  • Todos os padres devem semanalmente presidir ao menos duas (2) missas e algum outro ato Litúrgico (terços, adorações, novenas, liturgia das horas e etc..) em suas paróquias ou comunidades.
  • Todos os membros da arquidiocese devem participar das missas arquidiocesanas promovidas pela mitra, tais como ordenações, visitas apostólicas e solenidades.
  • Todos os Clérigos tem o dever concelebrar ao menos uma (1) missa dos demais sacerdotes e participar dos eventos propostos pelos mesmos aos Clérigos, mostrando assim a unidade sacerdotal.
Advertimos que o descumprimento dessas orientações resultará em advertências e em casos mais graves, afastamentos. E já deixo-vos claro que serão aceitas justificativas perante o descumprimento dessas regras, porém, será julgada a situação dos clérigos que se prostrarem a manter uma explicação verdadeira.

Por fim, queridos filhos. Desejo que a partir de agora todos possam em perfeita comunhão trabalharem nas comunidades devidamente confiadas da forma que está escrita neste documento e que peçamos ao Senhor Deus que possa nos encher de bênçãos e graças para este clero, este pastoreio, esta Arquidiocese e a todos que se recomendam nossas súplicas. Pela intercessão da Sempre Virgem Maria, a Mãe Aparecida, que desde a criação desta Arquidiocese à protege e intercede por nós para que estas e outras súplicas sejam atendidas através de sua grande atenção perante seus filhos.

"Eu sou o bom-pastor. O bom-pastor expõe a sua vida pelas ovelhas. O mercenário, porém, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, quando vê que o lobo vem vindo, abandona as ovelhas e foge; o lobo rouba e dispersa as ovelhas. O mercenário, porém, foge, porque é mercenário e não se importa com as ovelhas."
João 10, 11-13


Dado e passado na Cúria Metropolitana da Arquidiocese de Aparecida, ao décimo sexto dia do mês de março, do ano do Senhor de 2024, sob o selo de nossas armas.

✠ Dom Miguel Wandermurem
Bispo Auxiliar de Aparecida

✠ Dom Gabriel Monteiro
Arcebispo Metropolitano de Aparecida
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